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21 de out. de 2009

Para inglês do COI, a “Guerra do Rio” é “insignificante”

Os trágicos acontecimentos da chamada “Guerra do Rio” no último fim de semana, em que um helicóptero da polícia foi abatido por traficantes, deixando um rastro de mortos e feridos, fez a festa da urubuzada que estava só esperando a primeira chance para sair da toca gritando: “Tá vendo? Não avisei? Olha aí o Rio que vai sediar a Olimpíada! É o fim do mundo!”

Como se fosse possível, de uma hora para outra, só porque o Rio foi eleito faz duas semanas para receber as Olimpíadas de 2016, restabelecer a paz e acabar com o poder bélico da bandidagem na eterna luta da polícia contra o crime organizado movido a tráfico de drogas e de armas nas mais de mil favelas cariocas.

Para a turma do quanto pior, pior mesmo, tanto melhor, deve ter sido uma tristeza ler a manchete da página 15 de O Globo desta terça-feira: “Membro do COI diz que episódio é insignificante”. Se eu escrevesse uma coisa dessas, seria logo chamado de nacionalista imbecil, daí para cima.

Logo abaixo do título, o dirigente inglês Craig Reedie, membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) explica sua afirmação: ele lembrou que em Londres, um dia após a escolha para os Jogos de 2012, atentados terroristas mataram 52 pessoas.

Em entrevista ao jornal “The Independent”, Reedie lamenta o ocorrido no Rio, mas afirma que o fato era “insignificante, comparado ao que aconteceu em Londres, em 2005″.

O texto de O Globo lembra: “Em 7 de julho daquele ano, logo depois da escolha da cidade para sediar as Olimpíadas de 2012, quatro homens-bomba causaram explosões em trens, metrô e ônibus, deixando 52 pessoas mortas e cerca de 700 feridas”.

Nem por isso, que me lembre, jornalistas ingleses sairam por aí afirmando que Londres não tinha condições de segurança para abrigar uma Olimpíada.

Nós ainda temos seis anos pela frente para que os poderes públicos reassumam o controle das áreas hoje controladas por traficantes e milícias.

Sempre podemos olhar as coisas por dois lados.

A visão otimista é acreditar que o Rio tem nas responsabilidades assumidas diante do COI pelos governos federal, estadual e municipal a grande chance de ganhar esta guerra e criar as condições para viver melhor e em paz após a Olimpíada.

A dos pessimistas, é ficar repetindo daqui até 2016, a cada novo episódio de violência, que é o fim do mundo, que vai ser um vexame, que nós brasileiros não temos condições de garantir a segurança de quem vier ao Rio para competir ou assistir aos Jogos Olímpicos.

Cada um que escolha a sua. A minha é a primeira.

Em tempo:
Viajo na madrugada desta quarta-feira para Havana e só volto no domingo. Vou a passeio, a convite de um velho amigo que vai comemorar lá seu aniversário de 75 anos (não, não é o Frei Betto…).

Nos mares do Caribe, onde costuma fazer sol e calor o ano inteiro, espero me curar de uma gripe cavalar que não me larga faz mais de uma semana. Não vou levar celular nem laptop porque estava precisando mesmo de uns dias de folga. Por isso, atualização do blog e moderação de comentários vão ficar para quando eu voltar para casa.

20 de out. de 2009

No "The Independent" jornal britânico fala sobre a violência no Rio e as Olimpíadas.

Por Helen William, Press Association - The Independent - Inglaterra - 19.10.09

Receios em relação à segurança olímpica entrou no centro das atenções hoje após a violência de gangues em Rio de Janeiro - sede dos Jogos de 2016 - deixou pelo menos 12 pessoas mortas.

Sir Craig Reedie, membro britânico do conselho executivo do Comitê Olímpico Internacional e membro do conselho de Londres de 2012, disse: "O COI não olhar para a segurança. Rio de Janeiro é uma cidade grande.

"Lamento profundamente o que aconteceu no Rio recentemente, mas eu tenho que dizer que é insignificante em comparação ao que aconteceu em Londres em 2005."

O dia depois de Londres ganhou o direito de sediar as Olimpíadas de 2012 quatro homens-bomba mataram 52 pessoas inocentes com as explosões no sistema de transportes de Londres em julho de 2005.

Tiroteios de várias horas, envolvendo gangues rivais em uma favela do Rio no fim de semana matou pelo menos 12 pessoas, feriu 16, e viu um helicóptero da polícia abatido e oito ônibus incendiados. Trata-se apenas duas semanas desde o Rio ganhou o direito de sediar os Jogos de 2016.


Falando em uma conferência global dos esportes em Londres, Mike Lee, o britânico guru das relações públicas por trás de tanto sucesso de Londres e do Rio de campanhas de licitação Olímpicos, disse: "As grandes cidades são lugares perigosos com desafios enormes.

"Craig e eu me lembro do dia após a vitória de Londres e os terríveis acontecimentos que aconteceu aqui em Londres e no impacto que teve em todos nós.

"A natureza do que está acontecendo no Rio é um pouco diferente, mas mesmo assim se você vai para uma metrópole urbana - que vem com desafios."

Ele insistiu que o Rio não era apenas "uma escolha" emocional pelo COI para sediar os Jogos de 2016, pois será a primeira vez que o evento é realizado na América do Sul, mas também foi uma escolha consciente de segurança.

Sr. Lee disse: "Nas apresentações, pudemos mostrar o progresso que está sendo feito no Rio e que toda a gente está tomando-o (segurança) a sério.

"Nós abordadas as questões da segurança. Nós escondemos nada.

"Eu diria que a ninguém se envolver nesses processos de licitação -" Não pense que você pode esconder suas fraquezas. " Veja a matéria no site do jornal "The Independent"

11 de out. de 2009

O que a mídia não revela! O que FHC/ Serra (PSDB) não conquistou e nem conquistará: A excelência na política mundial, como no Governo Lula.

Um momento histórico

Por Mauricio Caleiro* - 04.10.09

Muito mais do que uma importante conquista para o esporte brasileiro, a escolha do Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos de 2016 representa, a um tempo, o reconhecimento do trabalho, da estratégia e da excelência da política externa do atual governo e, se dúvidas ainda restassem, do Brasil como potência emergente no cenário mundial.

Os despeitados, invejosos e os esquerdistas de meia tigela que, como ratos, saltaram do barco à primeira tempestade – perdendo a chance de integrar um governo que tirou mais de 30 milhões de pessoas da pobreza e obrigando-o a alianças com os setores mais fisiológicos da política nacional – insistem num exercício pessimista de futurologia, nas piadas preconceituosas sobre o Rio e os cariocas, no ato ignominioso de torcer para que dê errado.

Ato este compartilhado por uma mídia que abandonou qualquer pudor e age descaradamente como um partido político – aquele que tem uma ave como símbolo e que alimenta o mesmo sentimento anti-Brasil e o deslumbre colonizado com o que vem de fora tão característico de nossa imprensa, morrendo de vergonha do que somos: um país miscigenado, preto e mulato em sua maioria, com um povo de ordinário festivo e espontâneo, de uma alegria corpórea e sexualizada. Um país de contrastes, cosmopolita e provinciano, caipira e urbano, simples e sofisticado - mas com um dom natural para o convívio com o outro, com o diferente, para o exercício do multiculturalismo de fato.

Mas não vale mais a pena, neste momento de felicidade coletiva e de reconhecimento histórico do Brasil como nação, gastar tinta com um ente comunicacional em franca decadência, apartado dos anseios do povo, o qual não o respeita nem é por ele respeitado. Para um exame das questões essenciais a respeito do momento histórico da mídia brasileira basta ler este brilhante texto de Venício A. de Lima. O ostracismo da mídia é o ocaso da tendência política que representa, que ficou sem discurso.

De qualquer modo, o fato consumado é que o profissionalismo do Itamaraty e – como vários jornais europeus reconheceram – a atuação obstinada de Lula trouxeram para a América do Sul, para o Brasil e parao Rio de Janeiro o evento máximo do esporte mundial, que move fortunas, cria milhares de empregos e pode vir a estabelecer um novo patamar de turismo para a Cidade Maravilhosa – que, como diz a música de Gilberto Gil, continua linda –, com reflexos na atividade turística no país.

O Rio de Janeiro merece as Olimpíadas. O povo carioca, de maneira geral, andava com a auto-estima lá embaixo e, os mais pessimistas, cabisbaixos mesmo – o que vai contra sua essência solar e alegre. Como o próprio Lula citou, indo lá longe no tempo, a perda da aura de sede do Vice-Reino, a transferência da capital pra Brasília, o fim da Guanabara e a decorrente decadência econômica estão entre os fatores que ajudam a explicar tamanha tristeza.

Mas o presidente, diplomático como sempre, esqueceu de citar um outro fator primordial: a cruel campanha midiática que o oligopólio de comunicação que domina o estado, para manutenção de seu próprio poder, promove, desde a democratização do país, contra a cidade. Através dessa autêntica operação difamatória, quer fazer crer que o Rio é uma cidade sitiada pela violência. Trata-se, simplesmente, de uma mentira. Como todos os estudos acadêmicos e dos institutos de criminologia mostram, há menos probabilidade de morte violenta em Copacabana e em Ipanema do que em Paris ou em Nova Iorque. O que infla substancialmente os números da violência no Rio – que, ainda assim, não está entre as três cidades mais violentas do Brasil - é o combate ao tráfico nos morros e favelas cariocas, obediente à estratégia norteamericana de “guerra às drogas” – cujos resultados são a manutenção do lucro das fábricas de armamentos dos EUA e a criminalização dos pobres e dos traficantes pés-de-chinelo (pois os tubarões, preservados, estão no asfalto). Se uma forma mais inteligente e menos “enxuga-gelo” de enfrentar a questão fosse adotada, os índices de violência cairiam bruscamente. No momento, intereses políticos impedem a adoção de tal alternativa.

Pode-se acusar Lula de muitas coisas. Mas jamais de não lutar pelos interesses nacionais, como até alguns tucanos empedernidos reconhecem. Enquanto a mídia e a elite jeca brasileira acham uma graça enorme em ridicularizar o ex-operário por suas metáforas futebolísticas, por não falar inglês e por suas derrapadas gramaticais, internacionalmente ele é cada vez mais reconhecido pelas qualidades que realmente importam em um presidente da república: ser um líder carismático e um político hábil, com visão estratégica e comprometido com questões sociais. Enquanto seu antecessor, com aquela empáfia toda, viajou o mundo para se autopromover, com pouquíssimos resultados efetivos para o país, Lula o fez para redesenhar a política externa brasileira para além do eixo Sul-Norte (leia-se EUA), trazendo investimentos e levando-os aos países mais pobres.

As Olimpíadas coroam esse trabalho, ao mesmo passo em que revelam ao mundo um político que põe, de fato, os interesses do país acima de suas vaidades pessoais, tendo, como aponta Leandro Fortes em mais um belo texto, a nobreza de abraçar a candidatura de uma cidade na qual foi duramente apupado pela vaia espessa e covarde do fascismo orquestrado. E, para além dessa espécime rara de político – o estadista - , revela um ser humano que não se furta a expressar em lágrimas abundantes o amor pelo país que governa. Afinal, homem que é homem não tem receio de chorar em público.

* Maurício Caleiro (cineasta e diretor) escreve no blog
Cinema e Outras Artes

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Veja alguns vídeos sobre o Rio 2016

Orgulho de Ser Brasileiro

Instalações Olímpicas no Rio de Janeiro

5 de out. de 2009

Um convite irrecusável aos belgas: o futuro é aqui e agora

Presidente Lula cumprimenta o primeiro-ministro da Bélgica, Hermann von Rompuy, durante visita à Bélgica. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Presidente Lula cumprimenta o primeiro-ministro da Bélgica, Hermann von Rompuy, durante visita à Bélgica. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Preparativos para a Copa do Mundo de 2014, grandes obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), exploração do petróleo do pré-sal e agora as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016. Não são poucas as perspectivas de bons investimentos no Brasil nos próximos anos e o presidente Lula quer a Bélgica como parceira nesse bom momento. Em discurso realizado neste domingo (4/10) durante cerimônia de assinatura de atos em Bruxelas, que contou com a presença do primeiro-ministro belga, Hermann Von Rompuy, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, Yves Leterme, entre outras autoridades locais, Lula lembrou que, ao assumir o governo em 2003, afirmou que o Brasil deixaria de ser um eterno País do futuro, mas que para isso, é preciso não apenas crescer e alcançar estabilidade macroeconômica, mas também distribuir renda, acabar com a exclusão social e a reforçar a democracia. As condições, afirmou, estão dadas:

Na contramão da tendência mundial, a economia brasileira encerrará o ano de 2009 com taxas positivas de crescimento. Em 2010, as estimativas indicam um aumento de 5% no PIB. (…) Os homens de negócio belgas terão oportunidade de conhecer o vasto leque de projetos de investimentos de médio e longo prazos que planejamos. São os preparativos para a Copa do Mundo de 2014, as grandes obras do Plano de Aceleração do Crescimento, a exploração do petróleo no pré-sal e agora as extraordinárias possibilidades que se abrem com as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.

Ouça aqui a íntegra do discurso de Lula em Bruxelas:

Para ler o discurso, clique aqui.

Lula também espera contar com a Bélgica para construir um futuro “voltado para o desenvolvimento sustentável”, a começar pela “revolução dos biocombustíveis“:

O Brasil vem demonstrando a contribuição que o etanol pode dar para combater a escassez do petróleo e o efeito estufa, de acordo com critérios rigorosos de sustentabilidade.

O presidente brasileiro reafirmou que o Brasil vai apresentar, na reunião da ONU em Copenhague sobre mudança de clima (a COP 15), em dezembro, “números que confirmam nossa contribuição efetiva para a redução das emissões de gases de efeito estufa”. O Brasil, afirmou Lula, está preparado para assumir uma posição de liderança e, assim, poderá cobrar metas de redução de emissão de CO2 claras e ambiciosas de todos, “principalmente dos mais ricos”.

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2 de out. de 2009

Brasil de Lula mais forte, mais alto



Por Prof. Luis - 29.09.09

Independent : Brasil de Lula mais forte, mais alto

Com o título "A ascensão e a ascensão do Brasil: mais rápido, mais forte, mais alto", o "Independent" publicou duas páginas, do correspondente Hugh O'Shaughnessy, apontando o favoritismo para os Jogos de 2016. Diz que na sexta "o voto pode ser um marco na jornada do Brasil para deixar de ser o eterno país do futuro". Cita a popularidade, de Lula o G20, a resistência ao "impostor" de Honduras etc.Leia a tradução

Deus pode não ser brasileiro, como muitos dos moradores do Rio de Janeiro orgulhosamente garantem, mas o Todo Poderoso parece mexer as suas asas influentes na direção da Cidade Maravilhosa, a Marvellous City do Atlântico Sul, no momento em que a cidade joga tudo para sediar as Olimpíadas de 2016. Suas três rivais, Tóquio, Madrid e Chicago, parecem perder força enquanto chega O Dia em cinco dias. No dia 2 de outubro a cidade vencedora será anunciada em Copenhague, assistida por um bilhão de telespectadores em todo o mundo.

Na terça-feira, em Brasília, senadores aprovaram legislação para garantir tudo o que se requer para uma proposta vencedora — de financiamento a regulamentos para evitar que donos de hotéis cobrem acima do preço pelas diárias.

O New York Times parece ter desistido da Cidade da Ventania [Chicago] às margens do Lago Superior, na quarta-feira, sugerindo que o presidente brasileiro, Luís Inácio da Silva, que todos chamam de Lula, tinha o trabalho mais fácil do mundo para garantir o prêmio. Lula, o ex-metalúrgico e líder sindicalista que anos atrás perdeu um dedo em uma prensa hidráulica, confessou que tinha a vantagem. Ele será acompanhado em Copenhague pela sua esposa, Marisa, enquanto Michelle Obama estará lá sem o marido. “Será dois contra um”, disse Lula com prazer disfarçado.

A votação do próximo mês poderia ser um marco na jornada do Brasil para deixar de ser o eterno país do futuro — para o qual o futuro nunca chega — e para se tornar um indisputável poder mundial, com uma presença permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e o dinheiro para alimentar, educar e cuidar de sua população de quase 200 milhões.

Lula, que quando criança suplementava o orçamento da mãe vendendo amendoim em torno do porto de Santos, aproveita de sua nova eminência, de sua liberdade para culpar a atual crise financeira “nos banqueiros de olhos azuis” e do respeito adquirido. O pânico dos banqueiros e o alarme da mídia na City de Londres e em Wall Street nos meses que antecederam sua maciça vitória eleitoral em 2002 são coisas do passado.

Hoje o Brasil é um dos BRICs, junto com a Rússia, a Índia e a China e é admirado por banqueiros e economistas. E não apenas o presidente Obama o chama o líder mais popular do mundo mas, depois de um período em que a corrupção governamental parecia a caminho de derrubá-lo, Lula tem uma taxa de aprovação com os eleitores de cerca de 80%.

Não mais um caso clássico de país em luta contra a hiperinflação, o Brasil olha adiante para um tsunami de riquezas que vai tomar conta da Petrobras, a altamente bem sucedida empresa de petróleo controlada publicamente, que atingirá produção total nos enormes campos de águas profundas. Lula faz planos para usar esse novo dinheiro para corrigir abusos que resultaram do golpe militar de 1964, apoiado pelo Ocidente, e dos anos subsequentes de repressão selvagem e tortura, que derrubaram os padrões de vida do próprio Lula e de outros milhões de pobres brasileiros. O Brasil também é um grande exportador de comida — o que é confortável num momento em que a fome cerca vários lugares.

As últimas semanas demonstraram que Lula está sacando da riqueza futura para ter mais influência internacional hoje. O primeiro chefe de estado a falar no debate da Assembléia Geral das Nações Unidas na quarta-feira, ele entrou na frente do discurso de 90 minutos do coronel Gaddafi, que chateou todos os presentes.

Lula aproveitou a oportunidade para atacar as idéias dos poderes ocidentais durante a crise financeira internacional. “O que desabou foram conceitos sociais, políticos e econômicos aceitos como inquestionáveis”, ele disse, num forte golpe a políticos e banqueiros que se opunham à regulamentação governamental. Os esforços de Lula ajudaram a esmagar o Grupo dos Oito dos países ricos, que será substituído pelo Grupo dos 20, que inclui países em desenvolvimento que se encontraram na quinta-feira em Pittsburgh para reformar as finanças mundiais.

Na Assembléia Geral Lula também pediu ação contra o golpe em Honduras, onde a embaixada brasileira dá abrigo a Manuel Zelaya, o presidente legítimo derrubado em 28 de junho por um impostor com apoio militar. Lula está pedindo ao Conselho de Segurança ação contra o crescentemente bárbaro novo regime, com ameaça do emprego de toda a força da lei internacional, particularmente se o regime continuar a deixar diplomatas brasileiros e seus hóspedes sem energia, água e comida.

A ação brasileira, apoiada de perto pelo governo venezuelano, pegou Washington de surpresa, expondo uma divisão clara entre Obama, que quer ação decidida para restaurar Zelaya, e uma vacilante Hillary Clinton, cujos assessores direitistas tem outras ideias.

Lula é, também, um dos líderes do bloco da União Sul-Americana de Nações. A Unasur resiste à militarização da América do Sul que muitos acreditam que vai acontecer se a Colômbia, um aliado próximo dos Estados Unidos, permitir que o Pentágono estabeleça sete novas bases em suas terras; elas permitiriam que os Estados Unidos despachassem caças para qualquer parte do continente com exceção da Patagônia. Como precaução, Lula está comprando armas da França e da Rússia.

Em suas tentativas de acelerar a unidade latino-americana, Lula tem corrido riscos políticos em casa, enfrentando empresas de energia elétrica poderosas. Para cimentar as relações com seu vizinho pobre, o Paraguai, Lula prometeu um novo acordo para o uso da energia da gigantesca hidrelétrica de Itaipu, que supostamente deveria ser usada igualmente pelos dois países mas que de fato vai quase toda para o Brasil.Ainda assim, se o Rio vencer na sexta-feira, Lula voltará à tarefa de dar esperança aos despossuídos da cidade — para garantir que as primeiras Olimpíadas na América do Sul ocorram pacificamente.

Por: Hugh O’Shaughnessy - Jornal Britânico Independent
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