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6 de fev. de 2013

Juca Ferreira apresenta propostas para gestão da Cultura em São Paulo

Juca Ferreira (Secretário da Cultura) e Rodrigo Savazoni (chefe de gabinete) apresentam propostas de políticas culturais no auditório do Centro Cultural Vergueiro (lotado) . Foto: Pimenta's, amigos e Cia.
Secretário municipal de cultura de São Paulo promete diálogo permanente, gestão 'de renovação, inclusão e integração' e diz que prefeito assumiu compromisso de elevar orçamento da pasta 

25 de abr. de 2012

Dilma dará depoimento em novo documentário de Spike Lee


Ag/Br
Carolina Pimentel - Agência Brasil - 25.04.12
 
Brasília – A presidenta Dilma Rousseff encontrou-se hoje (25) com o cineasta norte-americano Spike Lee, que está no Brasil para fazer um documentário sobre o país.

Na rápida conversa com a presidenta, o diretor convidou Dilma Rousseff para dar um depoimento ao filme Go Brazil Go, sua nova produção, ainda sem data oficial de lançamento. Segundo Lee, a presidenta respondeu que irá buscar uma brecha na agenda para participar do documentário.

12 de jul. de 2010

Textos maias não profetizam fim do mundo em 2012, diz especialista

Em nenhum dos 15 mil textos existentes dos antigos maias está escrito que em 2012 haverá grandes cataclismos, crença originada em escritos esotéricos da década de 1970, asseguraram nesta terça-feira (7) fontes oficiais.
O diretor do Acervo Hieróglifo e Iconográfico Maya (Ajimaya) do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), Carlos Pallán, disse que só em dois deles há "duas inscrições" que falam em 2012, mas "só como o final do período".
Perante este fechamento do ciclo, os profetas modernos afirmam que um buraco negro no centro da galáxia, quando se alinhar com o sol, romperá o equilíbrio. Com isso, será modificado o eixo magnético da Terra e as consequências serão nefastas.
O cientista destacou em comunicado que estas versões apocalípticas foram geradas em publicações esotéricas nos anos 1970, as quais assinalavam o fim da civilização humana para 2012, data que coincide com o décimo terceiro ciclo no calendário maia, no dia 21 de dezembro.
Pallán explicou que "para os antigos maias, o tempo não era algo abstrato, era formado por ciclos e estes às vezes eram tão concretos que tinham nome e podiam ser personificados mediante retratos de seres corajosos. Por exemplo, o ciclo de 400 anos estava representado como uma ave mitológica".
Os maias "jamais mencionam que o mundo vai acabar, jamais pensaram que o tempo terminaria em nossa época, o que nos reflete à consciência que alcançaram sobre o tempo, a partir do desenvolvimento matemático e da escritura", destacou.
Acrescentou ainda que os maias se preocupavam em efetuar rituais que de algum modo garantissem que o ciclo por vir seria propício, e no caso particular de 2012 é notada uma insistência em "que ainda em data tão distante vai ser comemorado um determinado ciclo. Este foi o miolo da confusão".
O arqueólogo disse que, no entanto, de acordo com os cálculos científicos atuais, a data astronômica precisa do fim de seu ciclo seria 23, e não 21 de dezembro.
Também esclareceu que os maias legitimavam seu poder mediante os calendários e vinculavam os governantes com esses ciclos e com deuses citados em relatos ancestrais ou em mitos.

Fonte: FS


Blog Jornalisticamente Falando

20 de jun. de 2010

Brasil, Saramago e a cegueira. (in Vídeo)


Um dos últimos contatos de Saramago com o Brasil, quando esteve com Fernando Meirelles, no lançamento do filme Ensaio sobre a cegueira.




Veja o Vídeo



MORRE SARAMAGO!!!!


E Saramago escreveu... “Penso que não cegamos, penso que estamos cegos. Cegos que vêem. Cegos que, vendo, não vêem.”
Por Tereza - Abra os Olhos - 19.06.2010

Leia mais
Veja ignora morte de José Saramago
José Saramago, para sempre

18 de jun. de 2010

José Saramago, para sempre


Morre José Saramago, sócio correspondente da ABL

O escritor português e sócio correspondente da ABL, 7º ocupante da cadeira nº 16, José Saramago, morreu hoje, 18 de junho, aos 87 anos, em sua casa, em Lanzarota (Ilhas Canárias, na Espanha).

Saramago encontrava-se doente, de acordo com seu editor, Zeferino Coelho, em entrevista ao jornal português "Público". Suspeita-se que Saramago sofria de problemas respiratórios.

A informação sobre o falecimento foi passada por sua família à agência de notícias EFE.

O autor de "Ensaio sobre a cegueira" era um dos maiores nomes da literatura contemporânea e vencedor de um prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998. Em 2009, foi eleito sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, com 28 votos. Além disso, fez lançamento mundial do livro "A viagem do elefante", em novembro de 2008, na ABL.

Entre seus livros mais conhecidos estão "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A balsa de pedra" e "A viagem do elefante".

Academia Brasileira de Letras - 18/6/2010

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Poema de José Saramago


Retrato do poeta quando jovem


Há na memória um rio onde navegam
Os barcos da infância, em arcadas
De ramos inquietos que despregam
Sobre as águas as folhas recurvadas.

Há um bater de remos compassado
No silêncio da lisa madrugada,
Ondas brancas se afastam para o lado
Com o
rumor da seda amarrotada.

Há um nascer do sol no sítio exacto,
À hora que mais conta duma vida,
Um acordar dos olhos e do tact
o,
Um ansiar de sede inextinguida.

Há um retrato de água e de quebranto
Que do fundo rompeu desta memória,
E tudo quanto é rio abre no canto
Que conta do retrato a velha história.

(In OS POEMAS POSSÍVEIS, Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição)

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ABL esperava visita de Saramago para posse como sócio correspondente

Redação Portal IMPRENSA

A Academia Brasileira de Letras (ABL) comunicou que ficará três dias de luto pelo escritor português José Saramago, que morreu, aos 87 anos, na manhã desta sexta-feira (19). A ABL aguardava uma visita de Saramago ainda neste ano, para que ele tomasse posse da Cadeira 16, como sócio correspondente.

"A notícia nos deixou em estado de enorme tristeza. A próxima sessão acadêmica, quinta-feira que vem, dia 24, na ABL, será dedicada à memória do grande escritor português, por quem sempre tivemos o maior respeito e admiração", afirmou o presidente Marcos Vinicios Vilaça.

Saramago ficaria com a vaga do escritor francês Maurice Druon. Segundo a ABL, o português dedicou sua coluna no
Diário de Notícias de Lisboa à Academia Brasileira de Letras, assim que soube da eleição. "Eis-me portanto acadêmico no país que mais amo depois do meu, o Brasil. É como estar em casa", disse o escritor.

A Secretária-Geral da ABL, Acadêmica Ana Maria Machado, também lamentou a morte. "As letras brasileiras se associam à dor de seus leitores por todo o mundo, lamentando sua partida e celebrando sua literatura que permanece. Um sábio, um grande escritor, um ser humano de primeira grandeza", afirmou.

Saramago apresentava há mais de um ano complicações de saúde, com pneumonias frequentes, mas seu estado era considerado estável. Quando morreu, estava em sua casa em Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

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José Saramago morre, aos 87 anos, nas Ilhas Canárias

Redação Portal IMPRENSA

Divulgação
José Saramago

Morreu, nesta sexta-feira (18), o escritor e Prêmio Nobel de Literatura José Saramago. Aos 87 anos, o escritor apresentava há mais de um ano complicações de saúde, com pneumonias frequentes, mas seu estado era considerado estável. Saramago estava em sua casa em Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

Ainda não há informações precisas sobre cerimônias fúnebres e sepultamento.

Saiba mais

Um dos maiores nomes da literatura contemporânea mundial, o escritor português escrever, entre outras obras, o livro "Ensaio sobre a cegueira", que lhe rendeu o Nobel de Literatura. Também ganhou o Prêmio Camões, a mais importante honraria literária da língua portuguesa.

Saramago foi conhecido por utilizar frases e períodos compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional. Os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros: este tipo de marcação das falas propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a pensar se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento.

Nasceu na aldeia de Azinhaga no dia 16 de Novembro de 1922, embora seu registro oficial mencione o dia 18. Publicou o seu primeiro livro, o romance "Terra do Pecado", em 1947, voltando a publicar apenas em 1966.

Entre os livros de maior destaque estão o "Memorial do Convento" e o "Evangelho Segundo Jesus Cristo".

Trabalhou durante doze anos numa editora, na qual exerceu funções de direção de Redação e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista Seara Nova.

Em 1972 e 1973, fez parte da redação do jornal Diário de Lisboa, no qual foi colunista político e coordenou o suplemento cultural. Pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975, foi diretor-adjunto do Diário de Notícias. Desde 1976, vivia exclusivamente do seu trabalho literário.

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"Saramago contribuiu de maneira decisiva para valorizar a língua portuguesa", diz Lula

Redação Portal IMPRENSA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nesta sexta-feira (18) uma nota em que lamenta a morte do escritor português José Saramago, segundo a Folha.com. O escritor morreu, aos 87 anos, em sua casa em Lanzarote, nas Ilhas Canárias. Apresentava complicações de saúde há mais de um ano, mas seu estado era considerado estável.

"Nós, da comunidade lusófona, temos muito orgulho do que o seu talento fez pelo engrandecimento do nosso idioma", disse o presidente.

Lula afirmou ainda que o escritor contribuiu de maneira decisiva para valorizar a língua portuguesa e que se solidariza, em nome dos brasileiros, com toda a nação portuguesa pela perda de seu filho ilustre.

Nota de pesar do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pela morte do escritor José Saramago:

"José Saramago contribuiu de maneira decisiva para valorizar a língua portuguesa. De origem humilde, tornou-se autodidata e se projetou como um dos maiores nomes da literatura mundial. Recebeu o Prêmio Camões, distinção máxima conferida a escritores de língua portuguesa, e o Prêmio Nobel de Literatura. Nós, da comunidade lusófona, temos muito orgulho do que o seu talento fez pelo engrandecimento do nosso idioma. Intelectual respeitado em todo o mundo, Saramago nunca esqueceu suas origens, tornando-se militante das causas sociais e da liberdade por toda a vida. Neste momento de dor, quero me solidarizar, em nome dos brasileiros, com toda a nação portuguesa pela perda de seu filho ilustre.

Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil"


'Mundo ficou mais burro e cego', diz Meirelles com a morte de Saramago.


Fernando Meirelles no set do filme 'Ensaio sobre a cegueira', de 2008.Fernando Meirelles no set do filme 'Ensaio sobre
a cegueira', filme de 2008. (Foto: Divulgação)

O cineasta Fernando Meirelles divulgou um comunicado sobre a morte do escritor José Saramago, ocorrida nesta sexta-feira (18), nas Ilhas Canárias.

Segundo Meirelles, que dirigiu uma adaptação de "Ensaio sobre a cegueira" para as telas em 2008 - em produção hollywoodiana e apoiada pelo autor - Saramago era um "homem lógico".

"[Ele] dizia que a morte é simplesmente a diferença entre o estar aqui e já não mais estar. Combatia as religiões com fúria, dizia que elas nos embaçam nossa visão", diz o cineasta. "Mesmo assim não consigo deixar de pensar que adoraria que neste momento ele estivesse tendo que dar o braço a torcer ao ser surpreendido por algum outro tipo de vida depois desta que teve por aqui."

Meirelles conta que se encontrou com o escritor pela última vez em novembro de 2009, na cidade de Penafiel, em Portugal, por conta de um documentário que sua produtora vinha desenvolvendo sobre a vida do escritor e de sua esposa, a jornalista Pilar del Río.

A produção, intitulada, "José e Pilar" estava sendo dirigida pelo português Miguel Mendes. "O filme é comovente de cortar os pulsos. Vemos ali um homem brilhante que sabe que seu tempo está acabando e tem muita pena de morrer. O dia no qual ele pensava constantemente e que tentou adiar, chegou", afirma Meirelles.

O diretor de "Cidade de Deus" finaliza o comentário sobre o adeus a Saramago festejando sua inteligência. "A lucidez naquele grau é um privilégio de poucos, não consigo escapar do clichê, mas definitivamente o mundo ficou ainda mais burro e ainda mais cego hoje".

Cineasta fala de encontro com Saramago
À época das filmagens de "Ensaio sobre a cegueira", Meirelles manteve um blog em que narrava bastidores da produção, que conta a história de uma epidemia branca que cega as pessoas, metáfora da cegueira social.

Em um dos posts, o cineasta relata um encontro com Saramago em um restaurante português. O assunto? Atores a serem escolhidos para viver personagens imaginados pelo autor.

"(...) Saramago é um homem alto e muito em forma para seus oitenta e poucos anos, certamente pelo seu hábito de sempre caminhar ao invés de usar carro. É uma figura um pouco intimidante, eu estava tenso, mas ele foi muito amável e até afetuoso. Havia relido o livro duas vezes antes de ir para Portugal e já estava começando a trabalhar com o Don numa nova versão do roteiro. Estava cheio de perguntas a fazer, mas senti que ele preferia não explicar muito as personagens ou as intenções do livro. Foi específico apenas com relação ao Cão das Lágrimas, “Tem que ser um cachorro bem grande”, disse. Tentei teorizar sobre o Garoto Estrábico, mas ele não se impressionou: “É só um menino”. Ponto.

O ator Danny Glover em cena de 'Ensaio sobre a cegueira', de Fernando Meirelles. (Foto: Divulgação


Entre um bacalhau com ovo mexido (à Brás?) e a outro com azeitonas e pimentão, conversamos sobre locações e alguns nomes para o elenco. Ele aprovou, por exemplo, a escolha de Danny Glover para interpretar o Velho da Venda Preta. Isso foi uma boa notícia, uma vez que este personagem será uma espécie de alter ego do próprio escritor, ao menos é como eu estou encarando.

Danny Glover, assim como Saramago, é um homem grande e cheio de vitalidade. A venda preta em um dos olhos da personagem e a catarata no outro tem alguma relação com os pesados óculos do autor e é algo carregado de sentidos. Por não enxergar muito bem talvez este personagem viva mais em contato com seu mundo interno e imune à superficialidade do mundo sensorial, o que lhe permite, mesmo quando vítima da cegueira branca, compreender melhor e refletir sobre o caos onde todos estão instalados.

Na epígrafe do livro Saramago diz: “Se pode olhar, veja. Se pode ver, repara". Olhar com a percepção mecânica da visão, ver como uma observação mais atenta do que nos aparece à vista, uma visão analítica, e finalmente reparar no sentido de se libertar da superficialidade da visão e se aprofundar no interior do que é o homem e assim conhecê-lo. Se isso faz algum sentido, este Velho da Venda Preta será um homem que repara, que tem subjetividade e vida interior como o próprio autor.

Pôster nacional de 'Ensaio', com Julianne Moore e Alice Braga no elenco.Pôster nacional de 'Ensaio', com Julianne Moore
e Alice Braga no elenco. (Foto: Divulgação)

Apesar de feliz pelo encontro, aquela noite me deixou apreensivo. Por ter sempre recusado a vender os direitos de seus livros para adaptação (“cinema destrói a imaginação”) achei que ele não estivesse interessado no filme.

Para meu desespero, estava enganado. Ele está interessado sim, perguntou várias vezes quando ficaria pronto ou quando poderia assistir algo. Depois do nosso encontro, me mandou um e-mail dispondo-se a colaborar caso eu precisasse e dizendo-se totalmente confiante em relação ao nosso trabalho. Antes não estivesse tão confiante assim, o risco de uma grande decepção seria menor. Sei que nenhuma projeção desse filme será tão tensa quanto a que farei para apresentá-lo ao autor da história."


2 de jun. de 2010

Iara Lee: ‘Eles entraram atirando’


Ativista de direitos humanos desde 2006, quando morou no Líbano e presenciou bombardeio de 34 dias ao país pelas tropas israelenses, e também cineasta instalada em Nova York, a brasileira Iara Lee, de 44 anos, relatou na tarde de ontem os momentos de terror que viveu quando militares da marinha israelense invadiram, na madrugada de segunda-feira, a autodenominada “Frota da Liberdade”, formada por seis embarcações que transportavam dez mil toneladas em ajuda para Gaza e cerca de 700 pessoas de países como Dinamarca, Espanha,

França, Grécia e, principalmente, Turquia, de onde saiu metade dos passageiros.



“Foi uma coisa surpreendente porque foi no meio da noite, na escuridão, em águas internacionais. A gente sabia que haveria uma confrontação, mas não em águas internacionais”, disse Iara, por telefone da prisão de Beer Sheva.


Iara (foto), que tem passaportes brasileiro e americano, ainda aguardava ser libertada. Disse que quando isso acontecer, virá primeiro para o Brasil e só depois voltará a Nova York, onde é proprietária da produtora
Caipirinha Productions, junto com seu marido, o também cineasta americano George Gund. “Do Brasil vou para os Estados Unidos e continuarei as mobilizações. A Justiça não será atingida de maneira brusca, e temos que continuar trabalhando.”


Descendente de coreanos, a cineasta nasceu no estado de São Paulo, assim como as irmãs, Jupira e Jussara. Sempre foi muito ligada ao cinema. Em 1984, aos 19 anos, desistiu do curso de cinema da Universidade de São Paulo (USP), que, segundo ela, contava com baixo investimento. Passou a trabalhar, até 1989, como produtora da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, junto com o cineasta e então marido Leon Cakoff.


Após o término da relação, seguiu o caminho das irmãs, foi para Nova York e voltou a cursar cinema. Jupira estava no país desde 1988, onde fez oceanografia e administração e depois abriu um restaurante de comida brasileira. Jussara chegou seis meses depois, estudou moda e se tornou uma renomada estilista.


Em Nova York, Iara conheceu seu o atual marido, com ele fundou a produtora e fez filmes como os documentários Synthetic Pleasures (Prazeres Sintéticos, 1995) sobre os efeitos da tecnologia, Modulations (1998), sobre música eletrônica, e Cultures of Resistance (Cultura de Resistência), sobre artistas do mundo todo que se mobilizam para prevenir conflitos pelo planeta e que se transformou em uma organização com os mesmos fins.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou, por meio de nota que Iara “está bem de saúde e confirmou dispor, na prisão, de alimentos e vestimentas adequadas”. Ela “queixou-se de que as autoridades israelenses não permitiram, (anteontem), que entrasse em contato com a Embaixada do Brasil e afirmou que bagagem e passaportes estavam retidos”.

Ainda segundo o Ministério das Relações Exteriores, “a cidadã brasileira explicou que as autoridades israelenses exigiram, como condição para a sua libertação, que assinasse termo declarando ter entrado ilegalmente em Israel. Iara informou que não pretende assinar o documento, uma vez que foi presa em águas internacionais.”


‘Voltarei e continuarei as mobilizações’

Em entrevista, Iara Lee contou o que ocorreu durante a invasão israelense. “Foi uma coisa surpreendente, porque estava no meio da noite, numa escuridão, em águas internacionais. A gente sabia que ia haver uma confrontação, mas não nas águas internacionais. Na hora em que começaram a invadir, mandaram todas as mulheres para parte de baixo. Então o máximo que eu presenciei em primeira mão, foram os tiros que eu ouvi, eles entraram e começaram a atirar nas pessoas. A primeira tática deles foi cortar todas nossas comunicações por satélite, aí eles atacaram. Disseram que éramos terroristas, uma coisa absurda. Eles entraram na parte das mulheres, eram muitos, muitos. Confiscaram todos nossos telefones, nossas malas que estavam no navio e ainda tiraram todo os conteúdo das malas e colocaram no chão. Voltarei ao Brasil e voltarei aos EUA e continuarei as mobilizações, porque a verdade que é a justiça não será atingida de maneira brusca e temos que continuar trabalhando.”



Governo israelense vai deportar todos os presos até amanhã

Depois que Brasil, China, México, União Europeia e outros países condenaram Israel pela iniciativa de abrir fogo em águas internacionais contra embarcação com fins humanitários, o governo israelense determinou a libertação e a deportação em até 48 horas (até amanhã) das cerca de 700 pessoas presas quando se dirigiam para a Faixa de Gaza transportando declaradas 10 mil toneladas em produtos para assistência social.


O governo brasileiro havia exigido a libertação “pronta e incondicional” da cineasta brasileira Iara Lee e chamou o embaixador israelense em Brasília, Giora Becher, para expressar “indignação”.

Em São Bernardo do Campo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva censurou o ataque de soldados israelenses. Para Lula, não é com ataques dessa natureza que se alcança a paz no Oriente Médio e sim com o diálogo.

Antes de criticar Israel, Lula se referiu ao acordo alcançado por Brasil e Turquia com o Irã em maio.

“Aquilo que os americanos não estavam conquistando há 31 anos, nós conseguimos em 18 horas de conversa, e o Irã resolveu sentar na mesa para negociar numa demonstração de que o diálogo é a melhor forma de resolver os conflitos, não atirando como Israel atirou ontem num barco que ia levar comida para a Faixa de Gaza”.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, voltou a pedir que o bloqueio a Gaza seja suspenso. A marinha israelense, no entanto, informa estar preparada para interceptar outra embarcação que estaria se dirigindo à região.

Os ativistas presos contaram sua versão da história ao começarem a ser libertados. “Não colocamos qualquer resistência, nem se quiséssemos poderíamos. O que poderíamos ter feito contra os comandos que escalaram o convés?”, disse Mihalis Grigoropoulos, que estava a bordo do navio Mavi Marmara, onde a maior parte da violência aconteceu.

“Eles dispararam balas de plástico e ficamos desorientados por causa do uso de dispositivos elétricos”, disse o ativista no aeroporto de Atenas.


Fonte: DSP - 01.06.2010