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13 de dez. de 2012
O MANUAL DO GOLPE DE ESTADO

23 de set. de 2010
Guerra aberta na última semana da campanha
Correio da Cidadania - 21.09.2010
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*Wladimir Pomar |
Se antes poderia haver alguma dúvida, entre alguns setores da campanha Dilma, de que a guerra contra a candidata petista se tornaria aberta, suja e sem qualquer limite, talvez a última semana tenha sido a demonstração clara de que tais dúvidas não passavam de ilusões infantis.
Veja, Globo, Folha de S. Paulo, Estadão e outros órgãos da famosa grande imprensa, o chamado quarto poder, não demonstram qualquer preocupação em serem vistos como a artilharia pesada dessa guerra. Suas manchetes diárias e semanais são sempre, inexoravelmente, a pirita garimpada em investigações cuja credibilidade dificilmente pode ser comprovada. Para quem criou o escândalo da Escola Base e outros, forjados nas cozinhas das redações, que diferença faz criar estes, em que se joga o destino da política que essa grande imprensa defende?
“Cartas abertas”, assinadas por “personalidades” que talvez não saibam que seus nomes estão sendo utilizados, repetem pela Internet os antigos e surrados argumentos anti-Lula e anti-PT, que pareciam enterrados desde 2002. Bolsões reacionários de militares da reserva saem a público para ameaçar golpes. FHC compara Lula a Mussolini e apela a forças ocultas para barrar a caminhada do petismo. E, em drops da imprensa, repetem-se os comentários que sustentam as possíveis semelhanças do governo Lula com Vargas e seu fim.
Se a campanha Dilma e a direção do PT continuarem ignorando esse conjunto de sinais de desespero de uma direita reacionária que tinha como certa sua volta ao governo, o caminho para o segundo turno e até para uma derrota podem estar traçados. Essa direita não vai se contentar com a saída de Erenice da Casa Civil e quase certamente jogará novos pacotes podres sobre a mesa, na expectativa de que o governo, o PT e a campanha Dilma continuem cometendo erros, e ignorando a natureza da atual ofensiva oposicionista.
Os dados do Instituto Datafolha, divulgados no dia 16/9, parecem moldados de forma que o PT e a campanha Dilma continuem acreditando que vencerão no primeiro turno, sem necessidade de qualquer reação maior. Dilma marcou 51% das preferências eleitorais, enquanto Serra se manteve com 27% das intenções de voto, e Marina seguiu com 11%. Aparentemente, o melhor dos mundos.
No entanto, podem-se descobrir algumas surpresas nessa pesquisa, desde que se coloque de lado a euforia e se busquem as tendências reais. Entre os eleitores bem informados, a intenção de votos em Dilma desceu para 46%, enquanto em Serra subiu para 33%, e em Marina para 14%. Com isso compreende-se por que a grande imprensa vem martelando incessantemente para ‘informar’ o eleitorado sobre os ‘fatos’ que tem criado nos bastidores, mesmo que tais ‘fatos’ não passem de falsificações. Se conseguir que o conjunto do eleitorado se deixe convencer por essas informações falsas, o segundo turno estará configurado.
É significativo que Dilma tenha caído na preferência do eleitorado, em caso de segundo turno, em estados como Rio Grande do Sul e Paraná, assim como em Brasília. E que sua subida em outros estados e cidades importantes tenha se mantido dentro da margem de erro. Este pode ser um sinal de que o ritmo de crescimento da candidatura Dilma foi afetado pelas denúncias e escândalos criados pela aliança do tucano-pefelismo com a grande imprensa, embora ainda não de forma avassaladora.
Nos próximos quinze dias antes das eleições, se a campanha Dilma e o PT não forem suficientemente ágeis para criar mobilizações massivas, passar ao contra-ataque na diferenciação entre seu projeto político e o projeto de Serra e Marina, e gerar fatos políticos de repercussão, a corrosão da candidatura Dilma pode chegar àquele nível procurado pelo quarto poder.
Feito isso, a grande imprensa continuará convencida de que é capaz de moldar a opinião pública com mentiras e falsificações, da mesma forma que Goebbels e outros gurus da comunicação de massa acreditavam. E, certamente, configurado o segundo turno, virá com armas ainda mais letais. Se a meta da campanha Dilma é evitar que isso aconteça, esta é a semana decisiva para revirar o jogo.
Wladimir Pomar é analista político e escritor.
Data: 23 de setembro, 19 horas
Local: Auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
(Rua Rego Freitas, 530, próximo ao Metrô República, centro da capital paulista).
*Wladimir Pomar é escritor e analista político
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3 de set. de 2010
A República do Galeão serrista
O comportamento de José Serra e o dos seus áulicos, titulares de importantes – cada vez menos, felizmente – colunas e blogs na grande imprensa, em tudo recorda o comportamento dos segmentos golpistas incrustados na Aeronáutica nos episódios que, em 1954, levaram à morte do Presidente Getúlio Vargas.
Ali, como agora, exigem apuração em rito sumário, fora do devido processo legal e, como então, não admitem em nenhuma hipótese que qualquer ato criminoso não seja – como não era – responsabilidade pessoal e direta do então Presidente da República. Antes de investigar, julgam. Antes de julgar, condenam.
Agem babujando seu ódio, dizendo-se moralmente indignados, encapuzando-se com a bandeira da democracia quando, na verdade, é só o poder – e o poder contra o povo – o que lhes interessa. Aqueles “democratas” do Galeão, depois de levarem à morte Getúlio, tentaram em dois golpes – Jacareacanga e Aragarças – derrubar o presidente Juscelino Kubistchek, legítima e caudalosamente eleito pelo povo.
As vestais do Galeão tentariam de novo em 61, mas a ditadura militar que pretendiam implantar foi esmagada pela união do povo com militares que honravam suas fardas e seus compromissos constitucionais.
Triunfaram, é verdade, em 64. E deram ao país uma noite de horror, violência, tortura e morte que levou gente honrada e corajosa como Dilma Rousseff a enfrentá-la ao risco de suas próprias vidas.
É irônico que 46 anos depois daquele arreganho autoritário estes propósitos golpistas se encarnem numa figura que, naquela época, ainda não tinha sido tomada pelo mal e pela ambição.
José Serra é uma alma penada do golpismo antitrabalhista de 64. Vagará, com seus gemidos e gritos, cada vez mais só e desesperado. Agora há luz. E com a luz, essas fantasmagorias se esvanecem, se dissolvem, desaparecem.
Se o golpismo policialesco do tucanato se assemelha àquela República do Galeão, há porém, uma circunstância muito diferente. Já não existe o mundo da Guerra Fria; já não existe o medo do comunismo “ateu e apátrida” para engambelar pessoas inocentes. Já não existem o Chateaubriand, o Marinho, o monopólio que restringia a informação a uma pequena camada da população e Serra é uma versão revista e piorada do Lacerda que saiu da esquerda para ser o corvo da direita.
E há agora, sobretudo, um líder popular na plenitude de suas energias, reconhecido pelo povo como Getúlio foi, a quem esbanja forças para enfrentar o golpe e a quem não resta apenas o gesto heróico que sobrou como última arma para Vargas.
Há, sobretudo, um povo esclarecido e que já tomou posição. A força do povo já se tornou um escudo intransponível para defender a democracia brasileira.
A esta gente, mais do que a vergonha e o estigma que cobriu os golpistas do passado, restará apenas o destino que a história reserva aos que se opõe à sua inexorável marcha.
O povo brasileiro é mais forte que qualquer manobra, que qualquer golpismo, que qualquer indignidade. Porque este povo, esta gente, que tem, mesmo inconscientemente as lições de sua história pulsando nas veias, não mais, por Deus, não mais será escravo de ninguém.
Tijolaço - 02.09.2010
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