Marco Aurélio Garcia faz uma análise da política mundial, na APEOESP. Foto: Márcia Brasil |
A Roda de Conversa com Alexandre Padilha, a primeira de uma série de encontros que vai debater "Os Desafios para o futuro do PT e das esquerdas", foi acalorada com a reunião de centenas de pessoas no auditório da APEOESP, no último sábado (12.11).
Palestrantes convidados como Marco Aurélio Garcia, professor de história aposentado e ex-assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Maria Isabel Noronha (Bebel), professora, presidenta da Apeoesp, Luiz Rabello, jovem ativista do movimento LGBT e Helô Regina, secretária dos movimentos populares da Macro PT, explanaram sobre ações e o retrocesso, diante do golpe que o Brasil enfrentou com o impeachment da Dilma, derrubada por interesses econômicos nacionais e estrangeiros, e de agendas orquestradas por um grupo de família que controla a mídia em conjunto à um plano jurídico-econômico-político.
O professor, e historiador, Marco Aurélio Garcia disse que existe uma transição econômica de influência de continente a continente. A derrubada de governos democráticos, de esquerda e socialistas, é estratégia da retomada da direita e do conservadorismo que busca deter as esferas capitalistas de modo globalizado. Os interesses corporativistas nacionais, como no Brasil, por um grupo de corruptos, os ditos – coronelistas, donos do agronegócio, banqueiros, e redes de comunicação, angariam para que a direita conclua a liquidez do petróleo e do pre-sal, das florestas, dos serviços públicos (saúde, educação), terras, águas, de modo que as empresas nacionais e internacionais possam explorar a longo prazo, além das fontes naturais, a mão de obra nacional, quase escravizada.
Neste contexto, Alexandre Padilha fala sobre os problemas que a sociedade vai enfrentar com as novas medidas de congelamento na área da saúde, causando riscos ao SUS. Os cortes do orçamento poderá afetar drasticamente municípios e estados.
Desta forma, o governo ilegítimo Temer, com os poderes legislativos, agride a constituição com pacotes como a PEC 241, nomeada como PEC da Morte e PEC da Maldade, votada na câmara dos deputados, encaminhada para o senado alterada para PEC 55, que contribue para o aniquilamento e congelamento dos direitos sociais e trabalhistas, afetando estudantes, pobres, trabalhadores, nos setores da saúde, educação, cultura e infraestrutura.
Com os interesses de empresas internacionais - corrente fascista engendrada pelo financiamento da elite e da direita, enfraquecem movimentos de esquerda contrários ao golpe, de forma ditatorial, perseguem e tentam calar lideranças como Lula, líderes de sindicatos, pobres, trabalhadores, estudantes, negros, indígenas e movimentos sociais, que lutam pela democracia.
Já dizia Karl Marx, os ciclos das correntes de “Lutas de Classe” em que a direita e esquerda reagem, numa tendência que abrange os países quando trabalhadores emergem, esta passa a ter perfil de classe média, elegendo políticos ricos e conservadores. Daí surgem os conflitos entre a esquerda e a direita que envolvem a economia, a política e a sociedade como um todo, não adianta procurar um culpado, a lógica está no simples fato da ascensão fascinar o proletariado que passou almejou um padrão de vida similar a de um burguês, a direita entende este cenário e lança o marketing da vida boa à nobreza com estabilidade financeira ou segurança no trabalho, o resultado para a publicidade de ilusão e status da classe dominante, é a calúnia e difamação à esquerda, que não conseguiu levar resultados, na tentativa de confundir o trabalhador.
Esta é uma característica que avança neste período em ordem crescente, depois da ascensão da esquerda, numa onda neoliberal a retomada da direita domina cidades e estados, foi o que aconteceu em 2015 e 2016. Analisando as eleições a favor da extrema direita, a vitória de Macri, na Argentina, as eleições municipais no Brasil, e a vez do magnata Trump, nos Eua, em que pobres trabalhadores, a nova classe média, votaram na direita. Os ciclos da esquerda e da direita variam, no Egito as redes sociais derrubaram um ditador (Primavera árabe), marchas e ocupações nas praças na Espanha ( Podemos), nos EUA (Occupy), outros movimentos como black blocks espalhados na Europa, América, no Brasil, o Passe Livre.
Na plenária, dezenas de inscritos ampliaram o debate com questões de análise da atual conjuntura política e econômica, na abordagem de temas sobre a ordem mundial do fascismo, dos programas neoliberais da direita que dominam a sociedade, o capitalismo e o movimento nas últimas décadas das correntes da esquerda no mundo. Propostas pela maioria, formação política e agenda permanente da reorganização nacional do PT.
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Fotos e texto: Márcia Brasil
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