19 de dez. de 2012

Com apoio de movimentos sociais, Lula reage às acusações da imprensa

Imagem: O Globo / Michel Filho
Na manhã desta quarta (19), o ex-presidente Lula participou da troca de posse do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo. Acompanhando o presidente, estiveram presentes no ato, diversos representantes de movimentos sociais, como os militantes da UJS e da UNE, que prestaram apoio ao ex-presidente, fortalecendo também a campanha iniciada pelos jovens socialistas “#MexeuComLulaMexeuComigo“.

Lula aproveitou a ocasião para discursar a todos. Com uso da palavra disse que o que incomoda toda a oposição é justamente o sucesso que ele conquistou e ainda disse para o povo não se preocupar com os ataques, pois mesmo com todas as artimanhas já realizadas pela direita, o Partido dos Trabalhadores já conseguiu vencer a oposição nas urnas, e no próximo ele percorrerá o Brasil para conversar com todo o povo.

“Não se preocupem muito com os ataques. Há uma razão para isso. Em 2010, quando lançamos a Dilma, ela era um poste. Vencemos. Agora, quando apresentamos Fernando Haddad aqui em São Paulo, vencemos. De poste em poste a gente está iluminando o Brasil inteiro. Ano que vem, para a alegria de muitos e tristeza de poucos, estarei voltando a andar por este País”, disse Lula.

Em resposta às acusações de Valério, Lula também reagiu com respostas diretas, citando a perseguição que é feita a ele, que foi responsável por tirar o Brasil do domínio das classes conservadoras.

“Um vagabundo, falando mal de mim em uma sala com ar-condicionado, vai perder. Tem gente que olha para minha cara acha que eu sou burro. Eu consigo compreender o jogo que eles fazem. Eles governam o País desde que Cabral chegou aqui e como podem aceitar pacificamente, sem ódio, o que nós conseguimos em oito anos de governo?”.

Lula ponderou também os desafios que encontrou no Brasil ao tornar-se presidente, em 2002, e os avanços que conseguiu construir em pról dos povos mais pobres, que até então, pouca assistência recebiam dos governantes, e hoje já tem condições de vida mais dignas a todo brasileiro.

“Não era possível governar esse País para um terço da população. É por isso que eles não se conformam que colocamos 40 milhões de homens e mulheres na classe C. (Não se conformam em) ver os pobres viajarem de avião, trocarem de carro. Eu acho que isso deixa eles indignados”, disse.

Diversidades

Apontando os diferentes grupos sociais que há no Brasil, Lula questionou o por quê estes nunca receberam atenção dos demais presidentes, que além de tudo, sempre tiveram o respaldo total da imprensa brasileira.

 “Eles governaram antes de mim. Tinham unanimidade na imprensa. Por que não cuidaram dos índios, das mulheres, dos pobres? Por que não levantaram a auto-estima do povo? Um País como o nosso não pode ter medo do futuro”.

Lula disse que em 2002, quando se elegeu presidente pela primeira vez, desconfia que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) torceu por ele. “Teve momento que eu achava que ele preferia minha vitória do que a do Serra. Muita gente vinha e me dizia ‘ele prefere você’. Ele achou que não ia dar certo e que voltaria”, disse.

O ex-presidente afirmou ainda que é preciso pensar de forma positiva em relação ao desenvolvimento do Brasil. “Temos de pensar da forma mais positiva possível. Não é porque nosso vizinho está doente que nós vamos ficar doentes. Não é porque a Europa está em crise, que nós vamos entrar em crise. Ela pode ter maior ou menor incidência a partir das medidas que nós tomemos aqui”, disse ele.

Lula participou nesta quarta-feira da posse de Rafael Marques na presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Ele substituiu Sérgio Nobre, que foi eleito em julho passado para o cargo de secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Apoio
Durante o evento, em todas as falas, o presidente Lula foi citado. Críticas ao poder judiciário, à “campanha” da mídia contra o ex-presidente e à postura da oposição deram o tom dos discursos.

Wagner Freitas, presidente nacional da CUT, afirmou que o poder Judiciário está fazendo um papel que não é dele e que a elite brasileira ainda não digeriu que Lula “foi o maior presidente da história desse País”.

Na última segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) cassou o mandato dos parlamentares João Paulo Cunha (PT-SP); Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), o que, no entendimento de alguns, seria uma atribuição do Congresso.

“A CUT está muito preocupada com isso. (A oposição) quer jogar no tapetão, quer jogar no Poder Judiciário. O que está querendo se construir é um golpe para que o Judiciário mude uma situação onde o povo não está representado. Se colocar a democracia em jogo, vamos para a rua. Não pode ser uma parcela do Poder Judiciário e da mídia a resolver isso. O Lula é nosso amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”, disse ele.

Gilmar Mauro, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, disse que o Brasil vive hoje a criminalização geral da pobreza, dos movimentos sociais e de muitos políticos. “É preciso colocar em pauta o Poder Judiciário, que parece ser intocável no nosso País”, disse ele, que também defendeu a regulação da mídia.

Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) afirmou que a entidade topa “qualquer parada” para defender o projeto que tem o ex-presidente como figura central. “Não vamos nos intimidar. Não nos intimidamos quando este País esteve na ditadura…”, disse ele.

Da UJS

Nenhum comentário: