23 de jul. de 2009

Financial Times diz que CPI ameaça economia do Brasil

O Financial Times não é propriamente um jornal de esquerda. Não está a serviço do "lulo-petismo", nem recebe o "Bolsa-Mídia" *.

O Financial Times faz aquilo que nossa imprensa não faz: mostra o que significa a CPI da Petrobrás.

Em reportagem de Don Philips, escrita de São Paulo, o velho jornal britânico conta a história toda. E mostra como a CPI põe em risco o "boom" da economia brasileira. Aliás, o titulo da reportagem é justamente esse: "Petrobras case threatens Brazil’s boom" (Caso Petrobrás ameaça boom do Brasil").

O mais divertido é ver o conservador Financial Times chamar o "Estadão" de conservador. Para os britânicos, conservador não é xingamento.

Aqui no Brasil, ninguém (fora a TFP) assume que é conservador.

A matéria do Financial Times, em inglês, está aqui: http://www.ft.com/cms/s/0/7bac7246-761e-11de-9e59-00144feabdc0.html?nclick_check=1.

A versão em português pode ser lida aqui: http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/fintimes/2009/07/22/ult579u2860.jhtm.

O trecho que reproduzo abaixo dá a dimensão da irresponsabilidade da oposição - que , de olho em 2010, ameaça uma empresa que é estratégica para o país. Empresa que o condomínio PSDB/PFL planejava privatizar quando esteve no poder. O Ministro Sergio Motta dizia que a Petrobrás era um "paquiderme" que precisava ser desmontado - http://www.rodrigovianna.com.br/forca-da-grana/cloaca-tucanos-queriam-desmontar-a-petrobras.

Veja o que diz o Financial Times:

"Apenas nos próximos cinco anos, a Petrobras planeja investir US$ 28,9 bilhões nos campos "pré-sal" de águas profundas. A investigação [a CPI] chega em um momento ruim.

"A empresa está dando início ao desenvolvimento dos campos pré-sal tecnicamente complexos, mas o preparo de sua defesa já está desviando recursos administrativos desse esforço", diz Gareth Chetwynd da "Upstream", a revista especializada em petróleo e gás
."

O jornal explica direitinho a seus leitores que a abertura da CPI está ligada às denúncias contra o Senado.

O "Estadão" - e os outros jornais do Partido da Imprensa - não admitem que são consevadores.

Nem explicam porque descobriram que o Sarney tem tantos defeitos - só agora, quando o velho oligarca maranhense resolveu apoiar Lula.

Sarney é articulista da "Folha", retransmite a Globo no Maranhão, tomava chá com Roberto Marinho na Academia Brasileira de Letras. Era tratado como um "ex-presidente" respeitável.

De repente, virou inimigo. De repente, todo mundo "descobriu" que ele tem defeitos. Isso é coincidência?

Vejam o que o Sarney declara ao Financial Times:

"É uma campanha do 'Estado de São Paulo', que tem uma posição política contra a minha, que é apoiar o presidente Lula, que está fazendo um grande governo", disse Sarney.

Precisa dizer mais alguma coisa?

A oposição - comandada por jornais que não assumem que são conservadores, que não assumem fazer parte do aparato oposicionista - quer detonar a Petrobrás para derrotar Lula. Nem que isso custe milhões de dólares para a companhia que está entre as dez maiores petroleiras do planeta, e que é estratégica para a economia brasileira.

O Financial Times contou a história completa a seus leitores. É um jornal conservador, que não precisa brigar com os fatos.

Já os tucanos e o Estadão estão onde sempre estiveram: ontem, queriam desmontar a Petrobrás, privatizar o "paquiderme"; hoje, querem acabar com ela.

* "Bolsa-Mídia" é como a "Folha de S. Paulo" se refere ao dinheiro que o governo Lula repassa a dezenas de pequenos jornais e rádios do interior; a "Folha" tem saudade de quando a grana ia só pros velhos barões da mídia.

Por Rodrigo Viana - O escrevinhador - 23.07.09

Um comentário:

RLocatelli Digital disse...

Pois é, a idéia dos demotucanos é essa mesmo: prejudicar o Brasil e, assim, atingir o governo Lula.

São uns irresponsáveis.

E tem um cara por tras dessas manobras sujas como a CPI da Petrobrás, o ataque a Sarney e outras: José Serra.