18 de jan. de 2013

Relação Lula-Haddad dá nó na mídia tradicional

Haddad e Lula se encontram em São Paulo.

  Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, vai realizando gestão hiperativa; em menos de três semanas no cargo, resgatou diálogo com pobres e classe média, embargou uma obra rica, suspendeu contratos suspeitos, atacou as enchentes, articulou-se com cidades vizinhas e abriu a delicada discussão sobre a renegociação das dívidas municipais; além disso, recebeu seu maior aliado e deixou-se fotografar ao lado dele; para alguns, essa lealdade é imperdoável.

Do Sintonia Fina

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Articulação e planejamento para as eleições de 2014

O momento é esse, mostrar trabalho e conquistar a elite que deixou de acreditar no PT. Quando converso com a população em qualquer lugar, é assustador ouvir das pessoas, que dizem gostar do Serra e seus aliados, sem esquecer o eleitor anti-petista conservador, também nas cidades do Estado Paulista que aprecia os tucanos e Alckmin. Pedágio para ele não é problema, mais o que divulgamos, todas as picaretagens, mazelas tucanas. Aqui  Alckmin ganhou na eleição.  


A vitória maior do Haddad foi na Periferia paulistana, favorecida principalmente por uma militância aguerrida, declarado ao vivo pelo Prefeito. Ninguém sai de 3% para chegar a 51% do eleitorado, sem ser conhecido na cidade, apesar de seus inúmeros esforços como ex-Ministro da Educação num desempenho jamais visto na história brasileira pela inclusão da classe D e E às universidades.

A mídia e a direitona ocultaram os planos de Haddad para que não fosse percebido, depois sabotaram o Enem, prejudicaram a educação em todos os níveis promovendo a desqualificação das instituições públicas, bem como o quadro funcional, culpabilizando o seu governo no MEC e Lula, entre outras inúmeras questões. Muitos ainda desconhecem a gestão de Haddad como Ministro, isso é uma vergonha, principalmente para um professor que nem buscou informação a respeito, apenas visava salários e benefícios. Neste ponto a direita e a grande mídia se beneficiaram para elevar as disputas entre Serra e Russomano. Nas ruas e nas redes sociais a briga foi intensa. Militância e juventude buscavam incisivamente a atenção da sociedade para mostrar a face que a mídia escondia do Russomano.

A repulsa ao Russomano emergiu de um grito daqueles que lutam pela igualdade. A imprensa, maligna ou não, contribuiu à sua queda, a briga dos grandes envolvendo igrejas etc, Globo (que levantava o Serra da sua própria cova) x Record (Edir Macedo apoiando o Russomano no púlpito das igrejas) desestabilizou a imagem do então candidato 'evangélico' na eleição municipal paulistana, quando boa parte da população perdida sem acreditar no tucano Serra - ganhando o troféu de rejeição e político falido, já estava mais difamado e perdendo cada vez mais nas pesquisas, trouxe uma boa parcela para creditar o voto em Russomano.

Não dá para comparar com as demais cidades conservadoras do Estado. Ainda é cedo, e tem muito trabalho pela frente, Haddad começou muito bem, Lula se antecipa - visão estrategista. Agora, precisamos (nós, o povo) ganhar São Paulo, não vamos morrer governados pelos tucanos (17 anos em São Paulo). A inveja do FHC sobre o encontro de Haddad e Lula, aqui em São Paulo, foi motivo de se reunir com Arthur Virgilio no Amazonas, segundo internautas nas redes. E a sucessão de Dilma também é motivo para grande preocupação, pois o Brasil está forte, e precisa desta continuidade. 

Por Márcia Brasil  

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Os insucessos tucanos pela cidade de São Paulo

Campanha tucana fracassa nas três grandes áreas de SP

 Por José Roberto de Toledo - Estadão

A pesquisa Ibope da véspera da eleição indica que a campanha de José Serra (PSDB) fracassou em todas as áreas homogêneas da cidade de São Paulo. A estratégia tucana não conseguiu conquistar os eleitores que moram longe e ganham mal, nem fidelizou quem vive nas áreas centrais e têm maior renda. E ainda perdeu a maior parte dos que estão no meio do caminho.

Na zona petista – onde candidatos do PT ganharam as últimas quatro eleições majoritárias -, Serra perde na proporção de 2 a 5 para Fernando Haddad (PT), segundo o Ibope. Nesses distritos periféricos, que somam 38% do eleitorado paulistano, o petista deve abrir 1 milhão de votos de vantagem sobre o tucano. É sinal de que na região mais pobre da cidade a campanha de Serra não conseguiu mudar a imagem de que ele governa para os ricos.

Na zona antipetista – a parte mais rica da cidade onde mora metade do eleitorado, e os candidatos do PT perderam as últimas quatro eleições majoritárias sem exceção -, Serra está dois pontos à frente de Haddad, segundo o Ibope. Desconsiderada a margem de erro, Serra abriria pouco menos de 100 mil votos sobre Haddad. É muito pouco se comparados aos resultados obtidos por Gilberto Kassab (PSD) em 2008 e pelo próprio Serra em 2004.

Isso indica que Haddad conseguiu seduzir muitos eleitores que, na média, têm renda duas vezes e meia mais alta do que os da zona petista. Seja pelo título de professor da USP, ou por ser neófito em eleições, Haddad conseguiu manter uma rejeição (36%) mais baixa do que a de Serra (40%) nas áreas centrais e ricas da cidade. Nem a campanha negativa de Serra ao longo do segundo turno conseguiu deixar a imagem de Haddad pior que a sua.

A zona volúvel que fica entre as zonas petista e antipetista pendeu em peso para Haddad. Segundo o Ibope, ele ganha de Serra nessa área onde votam 8% dos paulistanos na proporção de 2 votos para 1. Em números absolutos, isso deve significar uma vantagem de 150 mil a 200 mil votos para o petista. Ou seja, a campanha de Serra não conseguiu cativar os emergentes tampouco.

Somadas as três grandes zonas eleitorais da cidade, Haddad venceria com mais de 1 milhão de votos de vantagem, pelo Ibope.

O fracasso da campanha eleitoral tucana se reflete até no ânimo dos seus simpatizantes. Praticamente 1 a cada 3 eleitores de Serra acha que Haddad será eleito prefeito neste domingo. Pior: 40% dos paulistanos que se declaram tucanos acham que o candidato do partido rival será o vencedor no domingo. Essa taxa foi crescendo ao longo do segundo turno, mostrando que a campanha do PSDB não empolgou nem o núcleo duro do tucanato.
Enquanto isso, dos que declaram voto em Haddad, só 6% apostam em vitória de Serra. Uma maioria de 89% dos eleitores do petista está confiante na vitória de seu candidato, diz o Ibope.

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