Por Jakson Ferreira do Alencar
A pesquisa descreve e analisa a cobertura do jornal Folha de S. Paulo
nas eleições presidenciais de 2010 e seus contrapontos na blogosfera
progressista.
Por meio de estudo de campo realizado no período da pré-campanha e da
campanha eleitoral, o trabalho demonstra a opção partidária escancarada
do jornal em favor da candidatura de José Serra e contra a de Dilma
Rousseff, realizada muitas vezes sem levar em consideração diversos
princípios do próprio Manual da Redação.
O ponto de partida, estudado no primeiro capítulo, é o episódio da
publicação, pelo jornal, de uma ficha atribuída aos arquivos da ditadura
militar, que depois foi descoberta como falsa, associada a supostos
"crimes" cometidos por Dilma Rousseff na resistência ao regime militar e
matérias correlatas, que consideravam a contraviolência em relação à
ditadura como "terrorismo" e criminalidade comum.
Os posicionamentos do jornal nesse caso não deixaram dúvidas quanto a
sua opção partidária nas eleições e a baixa qualidade de seu conteúdo
informativo. Isso se desdobra em uma série de outras evidências
ocorridas na pré-campanha e na campanha, sobretudo a enorme quantidade
de escândalos e factoides associados à candidatura de Dilma Rousseff.
Ao mesmo tempo, os temas negativos para a candidatura de José Serra
eram silenciados. Esporadicamente se mostravam pequenas falhas do
candidato, de modo a manter a aparência de imparcialidade do jornal,
enquanto se ocultavam os problemas mais graves que poderiam torna-se
pauta jornalística.
As informações fornecidas pelo jornal são confrontadas com
desmentidos, análises e contrainformações realizadas no âmbito da
chamada blogosfera. A pesquisa contextualiza a opção política do jornal
em 2010, em sua história e na história da imprensa no país, e conclui-se
com uma análise sobre o papel, a baixa qualidade jornalística e a perda
de credibilidade da Folha de S.Paulo no período estudado, que por isso
perde cada vez mais espaço e credibilidade para a blogosfera.
A pesquisa embasa-se na teoria sobre a narração dos fatos de Muniz
Sodré e em teorias sobre o agendamento e silenciamento de temas pelos
meios de comunicação (Gatekeeper, Agenda setting, Espiral do silêncio e
Construção social da realidade) e sobre a força de propagação da
informação (teoria dos memes ― unidades mínimas de informação
propagáveis, de Richard Dawkins), apoiando-se também na reflexão de
Vladimir Safatle sobre racionalidade cínica, a qual mascara a
insinceridade, a hipocrisia, a má-fé, levando os sujeitos a ver como
racionais esses modos de subjetivação de vínculos sociais.
Enviado por luisnassif, seg, 16/04/2012 - 12:07
Por Jakson Ferreira do Alencar
Nassif,
Envio para possível publicação no blog o resumo de minha dissertação
de mestrado sobre o partidarismo da imprensa corporativa das eleições de
2010 e seus contrapontos da blogosfera progressista.
Como a blogosfera foi objeto de minha pesquisa e fonte preciosa de
informação, em particular o seu blog, mas muitos outros citados ao longo
do trabalho, achei por bem disponibilizar o resultado da pesquisa para
leitores dos blogs interessados. A banca examinadora foi composta pelos
professores Laurindo Lalo Leal Filho, Helena Katz e José Luiz Aidar do
Prado, a qual deu nota máxima e recomendou publicação. Como é muito
difícil acesso às editoras para publicar, sobretudo em se tratando de
tema crítico em relação à imprensa, envio para possível publicação no
blog de modo a que a pesquisa não fique presa nos muros da PUC-SP.
Para quem se interessar pelo texto completo envio no anexo. Bem como
pode ser baixado do site da Biblioteca da PUC-SP, campus Monte Alegre.
Quem desejar entrar em contato, meu e-mail é
Nenhum comentário:
Postar um comentário