“Eles ficaram uma hora em minha casa e me torturaram. Não foi um assalto ou roubo”, disse Nora Centeno
Idosa de 78 anos acredita que agressão não corresponde a um mero assalto; crime tem "coloração política", garante. |
Uma das fundadoras das Mães da Praça de Maio, grupo que busca
desaparecidos durante a ditadura argentina, foi brutalmente espancada no
último sábado (10/03) na cidade de La Plata. Nora Centeno, de 78 anos,
foi agredida por três homens que invadiram sua casa para supostamente
praticar um assalto.
A vítima, no entanto, diz não acreditar que foi um crime comum. “Eles
ficaram uma hora em minha casa e me torturaram. Não foi um assalto ou
roubo”, disse Nora, que ficou com o rosto repleto de hematomas. Foi um
crime com “coloração política”, garantiu. Ela perdeu um filho em 1976,
logo no início do último regime militar na Argentina, que terminou em
1983 com um saldo de mais de 30 mil opositores mortos ou desaparecidos.
“Como disse a eles que não tinha nada me arrastaram até o quintal uns
vinte metros. Neste momento lhes disse que era uma Madre de Plaza de
Mayo e pedi que não me batessem mais”, relatou Centeno. “Eles se
irritaram mais ainda, me deram uma coronhada e me arrastaram de novo até
a casa porque disse que tinha 500 pesos guardados”.
Embora a polícia ainda não tenha encontrado indícios de ligação de
grupos de direita com o crime, já que os assaltantes já entraram na casa
da idosa pedindo dinheiro, ela estranha o fato de ter sido a única
agredida, já que outros familiares estavam em casa e foram presos em
outro cômodo da casa.
“Eram jovens, mas não pareciam ser marginais. O que bateu em mim não
estava drogado. Falavam bem. Não foi um assalto ou roubo. O que fizeram
comigo foi uma verdadeira tortura. Quero que a Justiça investigue o caso
a fundo para ver quem os mandou aqui”, completou Nora Centeno.
*Com informações do La Nación e da Carta Maior.
Do Opera mundi - 14.03.12
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