18 de dez. de 2011

A arte de fabricar dinheiro

Cansados de reclamar da opressão e da falta do vil metal, artistas criam moedas e circuitos alternativos que propõem um novo rumo ao capital

Texto: Giselle Beiguelman 

Artistas criam moedas e bancos próprios e propõem novos modelos econômicos 
 
Timenotes

Time Notes, projeto do artista argentino Gustavo Romano em que é possível recuperar o tempo perdido e solicitar empréstimos de tempo, rendeu uma exposição na sede do Banco Mundial, em Washington (Foto: cortesia do artista)


Muito se tem falado da bitcoin, moeda que não é emitida por nenhum Banco Central, só existe na internet e é acumulada em forma de arquivo. Parece brincadeira, tipo Banco Imobiliário, mas é uma moeda cotada a US$ 18!

Mas bitcoin não é a única forma de dinheiro nativa da internet. Sem se preocupar com criptografia e mercado financeiro, artistas estão criando moedas e bancos próprios que propõem modelos alternativos aos sistemas macroeconômicos.;

Trata-se de um conjunto de ações críticas que têm pensado a ideia de economia criativa para além do imediatismo do circuito de produção-consumo. Elas engendram mercados paralelos e formulam novas regras para a circulação da arte na era das redes. Deslocam a discussão sobre o mercado de arte para uma reflexão sobre a cultura da economia.

Economia open-source
 
O modelo do software livre é a base de vários projetos que propõem mecanismos comunitários de aproveitamento e gestão de recursos naturais e culturais. Compartilhamento de informações e metodologias de criação e trabalho remoto e em rede, pautados pela democratização do acesso ao conhecimento, e investimento em capacitação de autogestão são algumas de suas características.


Resultado da parceria entre filósofos, economistas, ativistas e hackers. Criado pelos italianos Jaromil, programador ativista e artista, e Marco Sachy, funciona como um laboratório de pesquisa. De acordo com eles, é hora de deixar de lado a velha ideia da economia como uma rede resultante de equações numéricas para pensá-la como um sistema de relações qualitativas, baseadas nas afetividades e interesses comuns. 

Textos críticos e mais informações estão disponíveis no site do projeto. 

Fonte: Revista Select 

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