11 de fev. de 2011

Municípios devem articular ações para conter o avanço da dengue

 
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta terça-feira (8) de reunião com representantes das Secretarias de Saúde dos 70 municípios prioritários para o combate à dengue neste verão de 2011. O encontro foi no auditório Emílio Ribas, sede do Ministério. Os representantes de diversos municípios que não puderam comparecer à reunião participaram enviando perguntas e dúvidas por e-mail.

Além do ministro, participaram os secretários de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, e de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério, Odorico Monteiro; o secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), José Enio Servilha Duarte; e os secretários de Saúde do Distrito Federal, Rafael de Aguiar Barbosa; do Município do Rio de Janeiro, Hans Dohmann; e do Município de Belém, Sérgio de Souza Pimentel. O evento será aberto à imprensa.

O secretário em Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, abriu o encontro com um relato sobre a situação da dengue no país e das ações desenvolvidas até agora pelo Ministério da Saúde para conter a doença. De acordo com levantamento divulgado em 11 de janeiro, 16 estados correm risco muito alto de enfrentar epidemia de dengue em 2011. Para o Ministério, 70 municípios são considerados prioritários para o combate da doença e estão sendo monitorados pela Pasta.

"Os municípios que já enfrentam aumento no número de casos [neste momento] podem impedir o agravamento da situação, por meio da reestruturação do sistema de saúde, que deve dar respostas rápidas para evitar óbitos. Os que ainda não enfrentam pico de ocorrências, que são maioria, devem investir em prevenção para evitar epidemias", orientou Barbosa.

AÇÕES – O ministro Alexandre Padilha explicou que, ao buscar uma articulação com as Secretarias Municipais, a expectativa é de que elas adotem o mesmo posicionamento do governo federal, que articulou as ações de 13 ministérios para o enfrentamento da doença. "Cada município precisa ter seu comitê intersetorial para pensar ações de curto, médio e logo prazos. O poder público pode comandar uma grande mobilização que envolva lideranças religiosas, comunitárias e empresariais, catadores de rua, porteiros de prédios; pessoas que interferem no dia-a-dia da população e podem ajudar na mudança de hábito necessária à eliminação dos criadouros do mosquito".

Padilha informou, ainda, que o Ministério tem acompanhado de perto a evolução dos casos de dengue nos 70 municípios prioritários. O ministro já visitou, pessoalmente, nove estados para mobilizar gestores e profissionais de saúde no combate à doença – RJ, ES, AC, PA, AM, TO, GO, SP e PI. Nas próximas semanas, ele visitará os estados de MT, MA, CE, RN, PB, PE, AL, SE e BA.

"Se eu posso ir aos 16, o secretário estadual pode visitar os municípios com risco de surto em seu estado; e os prefeitos podem conferir de perto a situação dos bairros mais críticos de seus municípios. Isso fará a diferença, por envolver a população, os gestores e as equipes de saúde".

RESPOSTA RÁPIDA – O secretário Jarbas Barbosa informou, ainda, que técnicos do Ministério da Saúde estão percorrendo capitais e municípios com maior risco de surto para revisar os planos de contingência. O objetivo é garantir atendimento rápido aos doentes e evitar óbitos. Além do envio de medicamentos, equipamentos e das ações de mídia, o Ministério da Saúde encaminhará, ao longo desta semana, 80 mil cartazes de classificação de risco e 400 mil cartões de acompanhamento dos pacientes com dengue para esses estados e municípios.

Para José Enio Servilha Duarte, a reunião foi uma iniciativa fundamental para reforçar nos municípios as estratégias traçadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com os gestores locais. "O Aedes aegypti tem mostrado para nós que é preciso repensar o sistema de saúde, reorganizá-lo para evitar epidemias. Se for bem estruturado, teremos casos da doença, mas não óbitos. E nos mostra também que o controle do Aedes não é um problema só do setor saúde, que é preciso evolver outras áreas, aprofundar a discussão e trazer mais parceiros. É o que o Ministério da Saúde tem feito e deve servir de modelo para os municípios", reforçou o secretário-executivo do CONASEMS.

O secretário Municipal de Saúde de Teresina, Pedro Leopoldo, pretende envolver gestores e parceiros na campanha contra a dengue. "Só assim chegaremos às casas das pessoas. Em Teresina, 82% dos criadouros são residenciais e temos um problema muito grave de subnotificação. As orientações do Ministério vão nos auxiliar muito".

Após a reunião, o secretário Municipal de Saúde de São Luís, Gutemberg Araújo, informou que promoverá, na próxima semana, um fórum para repassar as orientações do Ministério às equipes da Secretaria, às demais Secretarias da capital maranhense e às lideranças comunitárias, religiosas e empresariais. "O índice de infestação predial na capital é de apenas 0,9, o que é considerado satisfatório. Mas, até mesmo por isso, não podemos relaxar. É hora de trabalharmos e nos manter alertas".
Ministério da Saúde

Do Conasems.org.br

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