23 de dez. de 2009

Higienização em São Paulo - Serra e Kassab contra os pobres


 Zona Leste: depois do alagamento, vem
o aumento de 187% no IPTU

Alguns fatos importantes para entendermos como funciona a administração demo-tucana em São Paulo. Começo com uma notícia grave:

17/12/2009 - 07h00
Comportas fechadas na barragem da Penha para proteger a marginal ajudaram a alagar a zona leste de SP

Fabiana Uchinaka - UOL SP  - 18/12

As seis comportas da barragem da Penha, na zona leste de São Paulo, foram completamente fechadas às 2h50 do dia 8 de dezembro, dia em que a cidade enfrentou fortes temporais e viu diversos pontos alagarem como há muito tempo não se via. Somente dois dias depois, às 17h20, todas as comportas foram abertas. Os dados, fornecidos pelo engenheiro responsável pela barragem, João Sérgio, indicam que houve uma clara escolha da empresa responsável: alagar os bairros pobres da zona leste para evitar o alagamento das marginais e do Cebolão, conjunto de obras que fica no encontro dos rios Tietê e Pinheiros.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/12/17/ult5772u6678.jhtm
Serra e Kassab não queriam que a marginal do Tietê transbordasse novamente, pois ela tem muita visibilidade pública. Para eles, é preferível inundar bairros pobres, onde moram milhares e milhares de famílias. Duas semanas depois das chuvas, esses bairros da Zona Leste continuam alagados. Kassab "explicou" que a peça para consertar a bomba que faria a drenagem só fica pronta lá para janeiro ou fevereiro. Não há pressa, pois são bairros pobres. Enquanto isso, crianças estão morrendo de leptospirose.

O deputado Brizola, em seu site, mostrou que não há o menor planejamento urbano para esses bairros. Enquanto Serra e Kassab dizem que é preciso desocupar as áreas de várzea, o deputado mostrou uma vista aérea que revela uma escola e um conjunto habitacional construídos ali mesmo, na várzea. Veja aqui. Detalhe: as áreas alagadas terão um aumento no IPTU de 187%.



Serra e Kassab culparam a chuva pela catástrofe ocorrida em São Paulo. Mas o engenheiro Julio César Cerqueira Neto, especialista em engenharia hidráulica, desmente isso. Ele diz que as chuvas foram em quantidade normal para esta época do ano. E mostra que o problema não é o excesso de chuva, mas a falta de governo. Leia aqui.

O Jornalista Luís Nassif repercutiu matéria interessante sobre a "inapetência administrativa" de Serra. Aqui alguns trechos:

21/12/2009 - 08:42
A inapetência administrativa de Serra
Do Último Segundo
Coluna Econômica 21/12/2009

Independentemente das eleições do próximo ano, quando baixar a poeira permitindo uma avaliação serena de sua administração, o governador José Serra não entrará para a história da administração pública do Estado.

Pelo contrário, o balanço de três anos de gestão revela um mérito – administração financeira responsável – e uma falta de vontade de administrar poucas vezes vista no Estado.
...
Quando explodiu a crise mundial, industriais paulistas procuraram o Palácio Bandeirantes atrás de medidas que ajudassem a amenizar o desastre – especialmente em máquinas e equipamentos, setor que experimentou queda de 40% na produção.
Serra passou meses sem receber as lideranças. Aí a Abimaq (que representa os fabricantes) acertou um pacto com a CUT e a Força Sindical – que ameaçaram com uma manifestação em frente o Palácio. Só aí Serra aceitou algumas concessões tributárias ao setor, além de destinar uma verba – proveniente de recursos da venda da Nossa Caixa – para financiamento ao setor. Já era mês de março.
Se estivesse à frente do governo federal, essa demora teria sido fatal para a superação da crise.
Na verdade, não é uma questão de preguiça, mas de ideologia. Serra é um legitimo representante do neoliberalismo, que propõe estado mínimo e serviços públicos mais mínimos ainda.

Abaixo podemos ver um video de um minuto que revela as "idéias" do Sr. Serra sobre transportes. Ele nem mesmo pensa em transporte público. Para ele, transporte é automóvel. É por isso que o Metrô de São Paulo tem "ampliação" de UM quilômetro por ano. Não há pressa. Como os técnicos dizem que São Paulo precisa de mais 150 km de metrô, em 150 anos resolveremos o problema grave do trânsito na Grande São Paulo.


Não, Sr. Serra, pode-se ampliar e melhorar a via férrea que passa ao lado do rio, e que está se sucateando. Pode-se fazer mais metrô, e não UM quilômetro por ano. Pode-se colocar mais ônibus em São Paulo. Eram 24.000 ônibus há 10 anos atrás. Agora a frota reduziu-se para 13.000 ônibus, um absurdo. Como é que o paulista vai deixar o carro em casa com esse transporte coletivo de quinta categoria?

Serra e Kassab praticam uma política de higienização. Querem que os pobres vão para a periferia e que São Paulo seja a capital dos carros.

Serra confessou, na revista Piauí (revista mais à direita do que a Veja!!) que desinfeta as mãos com álcool sempre que dá a mão a populares. Está na hora de São Paulo se desinfetar de Serra.

Por Roberto Locatelli - Planeta Ignis - 23.12.09


Leia mais


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Do Blog do Favre - Dez/2009



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