27 de ago. de 2009

Injustiça contra o ser humano na cidade de São Paulo. Vamos lembrar disso na eleição (2010) senhores Democratas e PSDB

Morador vê sua casa ser derrubada pela televisão

Léo Arcoverde - Agora - 25/08/2009

O auxiliar de cozinha Manoel Canuto, 35 anos, estava no Itaim Bibi (zona oeste de SP), onde trabalha, quando soube, por volta das 8h30, da reintegração de posse, com incêndio, confronto e casas derrubadas, pela televisão. "Saí às 5h de casa. Tinha ouvido falar do despejo, mas não sabia que os policiais viriam hoje. E como minha mulher também estava no trabalho, ninguém me avisou nada. Agora, eles poderiam ter esperado eu tirar minhas coisinhas do barraco. Perdi geladeira, fogão, televisão, sapato... Fiquei só com a roupa do corpo", reclama.

Potiguar e pai de dois filhos --um de 10 anos e outro de 9--, Canuto conta que vai para a casa de um irmã, que mora no Parque do Engenho, bem próximo à favela Olga Benário. "Não gosto de ficar incomodando na casa alheia, mas não tenho o que fazer. Cheguei aqui faz dois anos, porque não tinha como pagar o aluguel de uma casa lá em Taboão da Serra [Grande SP]."

Baiano de Vitória da Conquista, o sorveteiro Jailson Martins Macedo, 32 anos, que morava sozinho na favela Olga Benário, diz que, apesar de contar com a opção de voltar para a casa dos pais, no Morro do Piolho, também no Capão Redondo, não sabe o que vai fazer. "Quem sabe, vou dormir na casa de um amigo. Para a casa dos 'velhos' é que não dá. Sou independente, não quero ninguém pegando no meu pé."

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Moradores dormem na rua em área desocupada

Flávia Martins y Miguel - Agora 26.08.09

Um dia após a desocupação feita pela PM na favela Olga Benário, no Capão Redondo (zona sul de SP), dezenas de pessoas permaneciam acampadas na área da viação Campo Limpo, dormindo com colchões no chão e dividindo cerca de 15 barracos improvisados de papelão. Segundo a prefeitura, 80 pessoas continuavam acampadas no local. Os moradores falavam em centenas. Na ação de reintegração de posse, foram derrubados 800 barracos. As pessoas que ficaram no local recusaram vagas nos Centros de Acolhida da prefeitura.

Segundo a Secretaria Municipal da Habitação, foram oferecidas passagens à cidade de origem e 800 cestas básicas e os acampados só aceitaram os mantimentos. Em uma reunião com a presença do assessor da CDHU, Antônio Lajadin, e lideranças da comunidade, a proposta foi refeita e recusada. Dormindo debaixo de papelão, a doméstica Rosineide Bispo, 28, grávida de sete meses, perdeu a maioria dos móveis. "O que eu quero é saber para onde eu vou", afirmou.

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