29 de jul. de 2009

NÃO É FACIL

Não é fácil a situação dos senadores do PT, como mostra o desencontro entre as posições assumidas pelo líder Aloizio Mercadante e a executiva nacional do partido e do próprio Lula.

Certamente o que está em jogo na campanha da oposição e da mídia contra Sarney é debilitar o governo, rachar sua base de sustentação e enfraquecer o PMDB para inviabilizar o apoio a Dilma em 2010.

Nada disto tem a ver com ética, maracutaias ou privilégios e sim com ação sórdida que visa paralisar o governo e afastar a opinião pública das discussões sobre as escolhas essenciais para o país. É que nesse debate a oposição não tem nada a dizer e a ideologia neoliberal encontra maiores dificuldades para ser defendida pela mídia, seus argumentos não resistiram à crise.

Mas isto não significa que as maracutaias sejam inexistentes e que a opinião pública esteja errada em exigir o estabelecimento de padrões republicanos no funcionamento das instituições.

Os senadores do PT devem levar em conta essa opinião pública e encontrar mecanismos para desmontar a hipocrisia mediático-oposicionista, sem desencorajar a vontade ética que sensibiliza setores importantes da sociedade.

Esta tarefa parece fácil para os que recorrem ao “realismo” político, mesmo soando cinicamente aos ouvidos dos cidadãos, quando seus defensores não devem contas aos eleitores. Já quando se trata de senadores como Mercadante e Suplicy, todo cuidado é pouco e isto explica a atitude que eles assumem.

Isto não significa ceder à campanha oposicionista, nem vocação para ficar acima do muro e deixando para outros o “trabalho sujo”.

Mas é difícil ser ouvido no clima de radicalização, exagero e tartufaria que reina em Brasília e na mídia.

A postura de Mercadante risca de ser incompreendida. Não será aqui que receberá pedras.

Do Blog do LUIS FAVRE

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