20 de jun. de 2009

USP - 5.000 pessoas protestaram em São Paulo, 18.06.

Estudantes, docentes e funcionários da USP, saíram pelas ruas da cidade de São Paulo, contra a postura do Governador José Serra e da Reitora Suely.
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Do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) - 18.06


Foi uma das maiores manifestações de rua realizada pelas Universidades Estaduais Paulistas e, sem dúvida, a mais indignada e combativa da história de
luta da USP, Unesp e Unicamp.

A postura nefasta e truculenta da reitora Suely, que trocou a negociação pela invasão militar na Universidade, com agressões, bombas e gás, levantou multidões e o protesto veemente dos intelectuais mais destacados da Academia, além das entidades e movimentos populares e democráticos.

Foi o que vimos nesta manifestação, que tomou o centro de São Paulo, da Avenida Paulista, Brigadeiro Luis Antonio e Largo de São Francisco.

O que alunos, docentes e funcionários exigem:

200 FIXO + 16% DE REAJUSTE SALARIAL!
ATENDIMENTO COM QUALIDADE NO HU (Hospital Universitário)!
ABAIXO À UNIVESP (ENSINO À DISTÂNCIA)!
REGULARIZAÇÃO DAS VAGAS PÓS 1988!

POR UMA CARREIRA CONSTRUÍDA PELOS TRABALHADORES!
REABERTURA DE NEGOCIAÇÃO JÁ!




(Antes da passeata) - 18/06/2009

HOJE A GRANDE MANIFESTAÇÃO

Chegou a hora de irmos às ruas, esclarecer a população, que vem acompanhando nossa greve pela imprensa, que muitas vezes distorce os fatos, sobre nossa luta em defesa da Universidade Pública e os brutais ataques que temos sofrido pelas tropas da PM, seguindo ordens da reitora Suely Vilela e do governo Serra.

Vamos dizer para todos aqueles que sustentam a Universidade Pública porque os funcionários, estudantes e professores da USP, Unesp e Unicamp exigem a saída da PM da USP e abrir negociação com os reitores e, porquê nós, funcionários, estudantes e professores da USP, aprovamos em Assembleias das 3 categorias, exigir a renúncia da reitora Suely.

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Flores na Paulista

Por Cristiane Toledo e Daniel Soares - Da Revista Fórum - 19.06.2009

Serra, a culpa é sua! Hoje a aula é na rua!
(canto proferido pelos manifestantes)

Ontem, quinta-feira, 18, cerca de 5 mil manifestantes, dentre eles estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp, foram às ruas protestar contra as medidas políticas do governo Serra e da reitoria da USP, que nos últimos meses têm intensificado a violência e cortado qualquer diálogo com as classes da universidade.

A manifestação começou em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), às 12h. Dezenas de ônibus de várias partes do Estado trouxeram os manifestantes, alguns de outras universidades, para darem apoio aos grevistas. Membros de Centros Acadêmicos da UFRJ, UFMG e Ufscar (Universidades Federais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Carlos, respectivamente), além de representantes da Apeoesp e do Sindicato dos Previdenciários também compareceram para demonstrar apoio. No começo do percurso, flores e placas foram distribuídas aos manifestantes, que desceram a avenida Brigadeiro Luis Antonio até chegarem ao largo São Francisco.

O objetivo era mostrar à população externa à universidade os motivos pelos quais a greve começou e se estende. Para resumir, existem pautas relacionadas a reajustes salariais, congelados há muito tempo pela reitoria, perseguições políticas a líderes sindicais (a demissão de Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Sintusp), o repúdio à Univesp (a universidade que oferecerá cursos à distância com o intuito principal de formar professores para a rede estadual de ensino), e, claro, a saída da Polícia Militar.

Desde o dia 1º de junho, a força policial ocupa o campus da USP para “proteger” o patrimônio público de piquetes, aapesar de piquetes serem uma forma legítima de manifestação de greve em todo o mundo democrático. No dia 9, os policiais atacaram os estudantes durante uma passeata feita dentro do campus, com bombas de gás pimenta e tiros de borracha, causando ainda mais repúdio e aumentando o movimento da greve. O movimento, por conta destes argumentos, exige eleição direta para reitor e mudanças estruturais na hierarquia das universidades públicas, para que situações antidemocráticas como essas não se repitam.

Uma vez concentrados na Faculdade de Direito, que se encontrava fechada desde às 22h30 de quarta-feira 17, por ordem do diretor Grandino Rodas, os manifestantes ouviram os discursos dos diversos representantes dos grupos que lá se encontravam, aplaudidos calorosamente. Entre estes discursos, houve três proferidos por professores e representantes do Centro Acadêmico XI de Agosto, do largo São Francisco. Estes se declararam envergonhados pela ação de Rodas, tanto de fechar a faculdade no dia anterior, como de ter apoiado publicamente as ações da Reitoria nos últimos dias. Vale ressaltar que Rodas é um dos candidatos a futuro reitor da USP.

O que impressionou, além da enorme quantidade de participantes, foi a organização e a calma com que tudo se procedeu. O único relato de violência foi quando um morador de um dos prédios da avenida atirou uma garrafa e feriu uma estudante. Após o último discurso do dia – proferido por Claudionor Brandão, representante do Sintusp – a manifestação se dispersou e os estudantes voltaram para os ônibus que os aguardavam.

Sem nenhum incidente negativo, o movimento sai se sentindo fortalecido, apostando numa possibilidade de mudanças e já com nova manifestação marcada para segunda-feira, em frente à reitoria da USP. No dia da manifestação mesmo já houve uma vitória: durante os discursos foi anunciado que o projeto da Univesp será adiado para 2010. Até mesmo a pessoa que atirou a garrafa foi encontrada e encaminhada a uma delegacia, para pagar pelos seus atos.

Talvez a reitora Suely Vilela precise, após o dia de hoje, repensar o que foi dito na Folha de São Paulo, ao afirmar que “minorias radicais pretendem manter a universidade refém de suas idéias e métodos de ação política, fazendo uso sistemático da violência para alcançar seus fins". Afinal, a única violência veio de uma pessoa – ou seja, uma minoria – e 5 mil pessoas andando juntas e cantando pacificamente num só coro “Fora Suely!” mostram que deve haver algo de muito errado na administração da universidade.

Cristiane Toledo e Daniel Soares são alunos da USP e participaram da passeata desta quinta-feira. Publicado originalmente no Futepoca.
Foto por Vini.

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